quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O Medo e eu



Sempre li sobres pessoas que escrevem mais, e melhor, quando estão tristes. Acho que me enquadro nesse grupo de escritores. Tenho começado uma quantidade absurda de textos e não consigo finaliza-los. Isso é frustrante!

A tristeza que estava em mim se foi e, ao contrário do que imaginei, a alegria não voltou. Sinto como se tivesse um vazio, um vão, dentro de mim... não é o vulcão, más também não é a tarde ensolarada ... algo espreitando, me observando...

Acho que é medo.

Ele esteve presente na minha vida desde que me lembro. Coisas bobas, como um pesadelo que tive por volta dos 5 anos que ainda está nitido em minha memória (como é possível isso?). Lembro também de pesadelos recorrentes envolvendo um acidente de carro e um rio (esses me assustam até hoje!). Lembro de ter medo da guerra fria, de bombas, medo de Deus, medo do ano 2000, medo do acelerador de partículas, medo de 2012, medo de cometas, medo do Ebola, medo da 3ª guerra mundial, medo de ter câncer, medo de envelhecer sozinha, de morcegos (por causa da raiva), de avião (nunca pisei em um), medo, medo, medo ...

O Engraçado é que listando meus medos eles parecem tão sem fundamentos e ridículos! Como eu posso ter medo dessas coisas?

Como posso temer coisas tão aleatórias, tão fora do meu controle, tão estupidas? Não é lindo ver que passei por muitos desses medos intacta, “Vivinha da Silva”?

E meu modo de agradecer ao “Grande Criador” é me aprisionando em mais medos... Como isso é possível? Como posso transformar bênçãos como amor e filhos em “chaves de cadeia”? Todos esses medos são duplicados e projetados em meu medo de que eles passem por algo... Medo só gera mais medos.

O que tenho que alimenta tanto esse sentimento tão castrador?

Eu abomino o medo. Ele é o único sentimento que te paralisa, que te faz permanecer no lugar. Para mim não há nada pior que a estagnação!

Como posso demonstrar minha gratidão em abrir meus olhos todas as manhãs (+ ou – 12.485 vezes já), me mantendo exatamente no mesmo lugar? Não acho que esse seja o plano “Dele” para mim... não acho que esse seja o plano “Dele” para ninguém! Temos que sempre desejar algo a mais, maior, melhor, e não digo financeiramente. Como podemos almejar alcançar os céus com raízes fincadas na terra por medo de voar?

Se meu coração deseja criar asas minha mente não deveria estar preparada para acompanhar?

Acho que é por culpa dele que meus textos permanecem inacabados...

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